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Homem acusado de matar por audiência na TV é condenado em Manaus

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A Justiça do Amazonas condenou a nove anos de prisão um dos três réus julgados sob acusação de participarem de um esquema que cometia homicídios para exibir as imagens dos casos e elevar a audiência de um programa de TV.

Raphael Souza, 30, e outros dois réus, segundo o Ministério Público, mataram um homem em 2007 por encomenda do ex-deputado estadual Wallace Souza, que apresentava o extinto programa policial "Canal Livre". Raphael é filho do ex-deputado.

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A sentença foi divulgada na madrugada desta sexta-feira pela juíza Eline Rangel do Amaral Pinto. O julgamento, que começou às 9h30 de quinta (28), durou mais de 15 horas, no 1º Tribunal do Júri de Manaus.

O júri popular condenou Raphael e absolveu os réus Moacir Jorge Pessoa da Costa, o "Moa", e Mário Rubens Nunes da Silva.

A defesa de Raphael Souza contestou o resultado e disse que pedirá um novo julgamento alegando a sua inocência.

Os três réus eram acusados de homicídio qualificado, pela morte de Cleomir Pereira Bernardino. Segundo as investigações, a arma usada no crime pertencia a Raphael Souza.

A vítima foi morta em frente de sua casa com 15 tiros. Conforme a polícia, Silva dirigia o carro usado por Souza. Raphael Souza foi apontado por "Moa" como o autor dos disparos.

A morte de Bernardino foi um dos casos que virou atração no extinto programa "Canal Livre". O ex-deputado que apresentava o programa morreu em 2010, em decorrência de uma doença no fígado e não chegou a ser julgado pelos crimes.

O caso ganhou repercussão internacional em 2009 depois que as investigações comprovaram que imagens das vítimas eram mostradas no programa para aumentar a audiência.

Mais de 15 mortes foram atribuídas ao grupo pela Polícia Civil do Amazonas.

Na decisão do júri popular, Raphael Souza foi condenado por homicídio simples. Como já é condenado por outros dois crimes, Souza passa a cumprir 25 anos de prisão em regime fechado. Ele ainda vai ser julgado por mais dois homicídios.

Em 2009, Raphael foi condenado a cinco anos de prisão pela Justiça Federal por coação de testemunha e fraude processual, numa suposta trama articulada para matar uma juíza federal. Ele também já foi condenado a 11 anos de prisão por tráfico de drogas e porte ilegal de arma.

Apesar da absolvição, o ex-policial militar Moacir Costa continuará preso. Ele cumpre 25 anos de prisão por homicídio e tráfico de drogas.

O advogado Cléber Lopes de Oliveira, defensor de Raphael Souza, negou que seu cliente seja o autor do homicídio e afirma que a arma não pertence ao filho do ex-deputado. "Ele é inocente e as investigações foram motivadas por uma armação política contra o deputado", afirmou.

m.noticias.uol.com.bR