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O LEGADO DE AYLAN por George Mágno

Destaque da coluna CONTRA O MÉTODO - Chegamos ao NIBIRU !

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O LEGADO DE AYLAN

Temos presenciado, nas últimas décadas, ou desde os primórdios da humanidade, previsões sobre o fim do mundo, destruição em massa de civilizações retratadas das mais diversas formas na nossa literatura escrita e cinematográfica. Nessas situações acima, vez ou outra, catástrofes físicas atingiriam nosso Planeta e, em alguns casos aí narrados, a raça humana seria extinta.

Recentemente, tem-me alertado o amigo Edvan Gervasio sobre a possibilidade de extermínio de nossa raça em data muito próxima por meio de fenômeno natural. Mas deixemos para depois a reflexão sobre as inquietações desse homem de bem.

Voltemos nossa atenção para um episódio que chocou a humanidade: a morte do garoto Aylan, quando sua família tentava fugir da guerra na Síria, fato este que nos remete a todos a uma ponderação sobre o sentido de nossa existência, enquanto seres humanos.

A espiral histórica demonstra que a ideia de separar é algo intrínseco em nossa cultura, algo imposto, inclusive pelo pensamento científico da modernidade (período compreendido entre a revolução francesa e o fim do século XX), que preferiu dividir o conhecimento para explicar a realidade, como se esta pudesse ser entendida fracionada.

Somos hoje reféns de um ideal americano excludente de supervalorização do EU confirmado pelo ideal segregador de outros países que se colocaram superiores em razão de raça ou cultura.

Essa nossa indiferença em relação ao outro não nos permite ler os acontecimentos de nível mundial da forma crítica mais próxima do real.

O paradigma da globalização apresentando pelos países europeus e pelos EUA, o qual, a princípio poderia aproximar nações, na verdade esconde uma política imperialista e de segregação com suporte fascista e xenofóbico nunca vista antes na história da humanidade.

O episódio da morte do garoto Aylan, a principio nos evidencia a luta de milhares de refugiados vindos principalmente do mediterrâneo. Na idade planetária do ferro, ideais separatistas impedem que os refugiados sejam acolhidos de forma digna. A barbárie atual, agora mais virulenta se reflete em práticas como a do Chefe de Governo da Hungria, que mandou construir muros com arames farpados com quatro metros de altura para impedir a chegada de refugiados do Oriente Médio.

Perdemos totalmente a visão global de espécie humana! Acolher o outro, enquanto parte de uma coletividade há muito foi esquecido, desde a época quando foi necessária a morte de quem, há dois milênios de anos, plantou o amor e a dádiva sem compromisso, embora aquele que o representa busque aplicar novamente seus ensinamentos dentro da máxima de “quem acolhe o outro, a Deus acolhe”.

Retornando ao diálogo com o amigo Edvan Gervásio! Agora entendo suas inquietações no que concerne ao NIBIRU. Mas a esta apenas acrescento que não será necessária a ocorrência de nenhum fenômeno natural para o extermínio da raça humana. Nós já morremos, enquanto seres humanos!

Aquela imagem da criança estendida na praia foi refletida por UMA LENTE DE TAMANHO INFINITO e por um FOTOGRÁFO que nos revela, por meio de tantas outras imagens, o fracasso da humanidade.